domingo, 13 de maio de 2012

correio 2

Domingo, 13 de maio de 2012

Uma felicidade aguda me invadiu o peito, quando li seu nome no papel. Demorou, dessa vez. Pensei mesmo que não fosse mais ter respostas. Não me refiro nem aos versos "confusos", mas às perguntas simples que tanto fiz. Bom saber dos seus dias, e como vão bem. Os meus...bem. Esses dias tropecei num paralelepípedo da rua da Quitanda. Não cheguei a cair, mas o pensamento tombou. Foi para longe; lá para tempos passados e frios e cinzas e felizes, quando quem tombava era você e quem te segurava, era eu.
Quem te segura hoje? Espero que não tombes tanto. Aqui comigo, enquanto lia sua carta, imaginei uma cena engraçada: Você, com bigodes de Dalí, e traços mais doidos do que os do Picasso. Você gostava dele! Mas não entendia meus versos"fora de ordem". Um dia ainda volto para essa terra. E quem sabe, andando pelas ruas, tropeçando em postes, me depare com traços seus; em livros de vitrines que passarei a cada esquina.

 Por  todos os cantos. 


Hoje, vou no Juraí. Juraí, o lago, lembra dele? Não o dono da relojoaria. Aliás, abandonei aquela mania de relógio! Nem pergunto mais pelas horas. Do que adianta? Bem que você dizia, o tempo só falta quando passa. Quando já passou... Volta e meia, você me vem à cabeça. E a gente se encontra e ainda se esbarra.

p.s: Sublinhadas, elas não ficam tão perdidas assim. 


Um beijo,
E.








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