sábado, 10 de dezembro de 2011

Entre a Vela e o Vento

“Parabéns pra vo-cê”

- FALA MAIS ALTO, ou chega mais perto. Assim não te escuto.

- Só SuSSurro, Sou aSSim.

- COMO É? FALA MAIS ALTO! Isso que dá ficar aí fora, vagando sozinho, dia e noite, noite e dia. Credo. É pra pirar qualquer um, não é não?

- …SSSS…

- HEIN?! FALA PRA FORA! Sopra com força, abre essa janela! Você é um vento ou uma brisa?!

- Você é pavio curto.

“nessa da-ta que-ri-da”

- Não te vejo, não te sinto, e o que ouço é tão pouco, que tá mais pra voz da consciência. Como sei que você existe?!

- Pirado fica, quem fica em cima do bolo.

“muitas fe-li-ci-da-des”

- Alto lá! Em cima não, NO TOPO. Cercada de gente e de aplausos. Os anos passam e eu continuo aqui, acesa, esbelta, adorada!

- Seu ano é um dia.

- Todo dia é um ano, e todo ano é festa. Você tá é com inveja. Mas não enquenta não, que a culpa não é tua.

- Não esquento, só esfrio.

"Muitos a-nos de vi-da!"

- Você não fala coisa com coisa, hein! Parece que tá sempre perdido! Mas é isso, sina de vento é diferente.

- Assopra, faz um pedido!
-
Agora sim! Agora te escuto. Cada vez mais alto! Cada vez…mais…perto.

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