Não sumi, apenas nunca estive lá. Me afastei pra me buscar porque, embora fosse muito você, sempre havia sido mais eu. Me afastei porque não fazia sentido, não fazia futuro, só fazia besteira. Fui tola, cega e muda, quando não devia ser. Calei quando devia falar, sorri quando queria gritar, segui direitinho um jogo que não existia, que você criou, frio e calculista, bem típico de você. Fui covarde na minha fuga tardia, fajuta, pra poder me poupar, porque a verdade é que você me fazia mal; Ferida que doía, e eu sentia, extremamente prejudicial à minha saúde. Ai, se meu médico soubesse. Fugi porque cansei de estar, do mal estar de estar com você. Me afastei porque, como bem diz Martha Medeiros, "ausentar-se é risco", e qualquer tentativa era válida. Hoje sou ausente, com caráter de risco cumprido, e você? Você é alguém bem menos bonito. É um sorriso sem dono e carinho de muitas. Você é papo, é passado, é trama confusa que não faz mais sentido. É gênero alterado, romance, drama, terror e comédia. Você é a média que tanto gosta de fazer. Você já foi tudo e hoje é quase nada. E quando me fala da falta, é uma falta enganada porque quando achamos que me tinhas, eu que não era nada. Me afastei por forçar uma vontade inexistente, que hoje é o presente. Me afastei e minto quando culpo o trabalho, a velhice precoce ou a falta de tempo. Me afastei, sim, mas me afastei porque prefiro ser ausente pra você do que ser ausente de mim.
Caraca, quase chorei! revivi junto com você todos esses momentos pelos quais você passou e neles se escondeu e se enterrou...
ResponderExcluirMinha querida, a reviravolta é o melhor de tudo e acho que você tem saido desse poço sem fundo mais do que vitoriosa e com a corda toda. Agora vejo você sorrindo pras portas abertas, receptiva e dizendo adeus pra tudo aquilo que se foi(e muitas coisas nem chegaram a acontecer).
Fica a boa sensação do todo!
Um brinde a um final e outro começo...