domingo, 31 de julho de 2016

barricada em defesa do sonho impossível

parte 1
cada Diego que morre mata um membro da liberdade.

parte 2
não reconhecer o autoritarismo como um órgão que já vem no nosso pacote biológico e que por isso, instintivamente, corre no nosso sangue.
o autoritarismo não é natural do homem, como não é natural do homem esse desejo louco de poder e posse sobre as coisas sobre o amor sobre o corpo -dos e sobre- os outros.

parte 3
se o autoritarismo fosse uma pessoa
seria um pai gordo cheio de cordões de ouro pendurados no pescoço, patriarca de uma família gigantesca desgraçada machista e opressora com quem ele não convive e para quem, de herança, ele só deixou o nome, porque né. vive sozinho em infinitos hectares de terra em Brasília com mansões espalhadas pelo mundo que ele nunca tem tempo de visitar. O sr. autoritarismo é um cidadão kane sem a memória do rosebud. Ele comanda a maior emissora de TV do país e todas as empresas de exploração de petróleo e as marcas de perfume escancaradas nos outdoors dos shoppings -e os shoppings. Almoça no Antiquarius e come Lasanha Sadia congelada de madrugada. Tá sempre com um relógio da moda pulsando no pulso e no peito sempre insatisfeito.

parte 4
o verdadeiro darwinismo: a lei da sobrevivência tá em Poder ser verbo. Poder ser prazer, poder ser o que quiser ser e brincar com isso sem medo de não poder dormir quando cansar para acordar no dia seguinte e brincar mais.

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