Realidade impregnada pela falta de tato, pelo pouco sentido que nos faz seguir em frente, procurando, ou não, nos estendermos em entendimento. Falta de sentido, pouco tato, falta muito entendimento, tanto faz. E é cheia dessa falta que ela se mostra a cada segundo do dia. Como imaginas a rotina da dona realidade? Monótona em sua normalidade, estranhamente assutadora: Vazamento de óleo que se alastra é só mais uma notícia passada. Não queremos nos contaminar. E a desculpa não é a distância, mas o alívio em que se traduz pela sorte de nos sentirmos inatingíveis ou inoperantes. Essa "distância" psicológica, muito mais do que física, criada pela necessidade de se ausentar, de aliviar qualquer possibilidade de culpa, principalmente a da consciência. Seguimos acenando, encenando, e sorrindo, sempre, claro, porque o importante é ser feliz. Uma felicidade limitada com destino final previamente decidido e trajeto traçado. O que você busca que, de tão anestesiado da vida, não consegue mais saber? Corra que o tempo voa, estude para entrar na faculdade, trabalhe para ganhar dinheiro, trabalhe mais, consuma mais, compre mais. Já nascemos com um manual, escasso de valores mas com instruções perfeitas sobre nosso posicionamento social, como quem defende a democracia e a liberdade em alto e bom tom: "Seja o que quiser, desde que não seja nada do que não queiramos".
E não se enganem também com esse argumento de discurso frágil e crítica debilitada de quem lhes escreve. Impulso do embate de idéias contrapostas em mim, vivo entre tudo. Contrastes insolúveis em hipocrisia. Ouvi falar do equílibrio, e não consta no manual. Mas se eu tivesse a chance de dizer, de gritar aqui do olho do furação para o resto do mundo, diria com convicção sobre como nada disso basta. Pequena porção de certeza, resguardo do invisível: A felicidade não é o destino. É o caminho.
O difícil é compreendermos tudo isso no dia a dia, quando tudo parece angústia, tudo parece estar indo na contramão, nada é o que esparamos sem saber que o que esperamos já não tem magia, pois já faz parte desse tal manual, que nos faz ter expectativas grandes para tudo, objetivos antigos que nunca mudam e sempre se quer mais...E o que está entre o querer e não querer? Não consta no manual não é mesmo?!
ResponderExcluirQue sorte tenho eu de ter uma melhor amiga, que como eu, só quer rasgar essa droga de manual.
Agora está na sua hora de virar a esquerda e ir por esse caminho desconhecido que te levará sabe-se lá aonde, indo ao contrário do convencional, sendo mais racional do que os normais. Depois será a minha vez de ir ao seu encontro...temos um apartamento em Paris pra dividir, certo?!
"Quando descobri que é sempre só você que me entende do início ao fim e é só você que tem a cura pro meu vício de insistir nessa saudade que eu sinto de tudo o que eu ainda não vi..."
ResponderExcluirEsse ímpeto demonstrado na busca de como viver esse mundo maluco é admirável.
ResponderExcluirO óleo no fundo do mar vai parar de jorrar, e a o mar vai fazer um belo trabalho de dispersão pra voltar a ser magnífico. Temos que acreditar que as coisas podem ser assim. =)
WTF? hauauhah to brincando. Amiga, vc conseguiu. É exatamente assim que eu vejo vc pela PUC..
ResponderExcluir"Seguidoras do manual.. começa faculdade, escolha algo que vc suporte, ganhe dinheiro.."
Vc escreve muito bem. Parabens!!
http://nem-meias-palavras.blogspot.com/2010/05/coisas-que-nao-esquecemos.html
escrevi uma coisa de vc =p
maíra, ( vou ver se meu comentário vai dessa vez)
ResponderExcluirprecisava ler algo assim hoje, saber que alguem também sabe dessas coisas que me agoniam( principalmente qdo eu estou pela milhonésima vez tentando entender esse numéros ridículos que cismam em ter uma resposta certa, e diferente da minha, claro...)
Para mim, dois, tres, pi, tanto faz.Me deram liberdade e eu não tenho escolha. Que diferença faz.
E eu continuo, contendo minha revolta.Traçando aquele velho caminho, estuda, trabalha, se casa, trabalha mais, filhos... fim. arghhhhhhh
Merda de ponte. Dá um trabalho.