terça-feira, 13 de outubro de 2009
Do bem quem é pro bem
Aos poucos você descobre que falta muita coisa e que nem tudo, ou quase nada, é como parece. Descobre que não vale a pena se desgastar, se rebaixar, se render à ilusão do óbvio...Eu acho estranho e, por mais que eu desista de insistir em algumas coisas, não consigo simplesmente desistir de entender. Estranho porque as pessoas criam uma necessidade de ter medo, medo de arriscar, de se entregar, de chegar e falar o que pensa, o que sente ou que não sente nada. Mas como é feio assumir o medo e suas fraquezas, fica mais fácil disfarçar, se disfarçar em alguém que não é você, mas é quem assume o papel de herói, falso herói, falso ator. O herói do século XXI, que não tem medo, que sempre pondera, calcula, espera, esconde. O cara que vai estar sempre com um sorriso, se negando a cada instante, guardado em regras e medidas que lhe impedem a sinceridade, a vergonha e a pureza que faltam no mundo. Está aí o segredo da nobreza, bem perto e cego. Sentimentos nobres, esses sim, que transparecem a mais intensa revolta, o choro desesperado, o amor que não cala e vive e se mostra, mesmo que suma e saia, e morra depois. Com o tempo você descobre que falta equilíbrio mas sobra controle. Esse super controle de tudo, essa obrigação burra de estar sempre por cima, sempre racional, que livra a consciência, afasta a preocupação e rega o egoísmo, melhor esconderijo de si mesmo. Mas descobri que não importa o quanto você se importe, porque elas não vão mesmo se importar.Até o dia em que o vazio não for mais suficiente, quando a máscara deixar de lhes servir e elas deixarem de servir aos outros. Aí, quem sabe, as coisas mudem e as pessoas consigam viver mais do que esperar. Esperar por uma aprovação, um aplauso e um bis de uma platéia que atua tão bem quanto elas.
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