Oi,
A gente tava falando sobre valer a pena; e sobre o tempo. Sobre como a gente gasta tempo com coisas que não valem à pena. E a gente só falou disso porque, em algum encontro casual da vida, você entrou na minha, contrariando toda nossa teoria. Porque até mesmo no vazio, existe o cheio. E até no mesmo no cheio, existe falta. E no encontro das nossas faltas, a gente se achou. E fez um trato de vontades. E o que eu estava dizendo é que essas vontades crescem, para os lados e para frente. Te contei como o dia de hoje passou como dez e como é engraçado o modo como trabalho e a rotina tomam conta deles e da gente. Quando ela não existe, abre espaço pra uma série de novos incômodos e percepções. Hoje percebi, por exemplo, como é o mar às três e meia da tarde. Bom, frio e azul. Te contei como só no dia de hoje pareceu que a lua mudou quatro vezes, perpassando por todas as fases, de nova à cheia, ou vice-versa. Tenho certeza sobre um tanto de coisa, mas aí ouço uma música, ou vejo um vídeo sobre a distância, e o chão se rompe, ela se desfaz. E o que ocupa o peito é coisa outra que não a mesma de segundos atrás. Alguma coisa tá incerta e em movimento de mudança. Confusão berra lá dentro, mas de dia é tanto barulho, que a gente só escuta se estiver atento. Acho que é por isso que eu gosto tanto das madrugadas. E acho que é por isso que eu gosto tanto de você.
Um beijo,
M.
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