segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Sem você

O fim é um espaço entre nós
que, em si, nunca termina. O corpo.
Coberto de pele, feito de osso.
Meu corpo agora oco.
Por que Choras?
É agua que transborda de dentro, do fundo
do peito cheio,
que quase afoga.

No fim não reconheço
o contínuo recomeço
quem em mim agora mora?
É não querer ficar,
nem tão pouco ir embora
-quando tudo já se foi.


Do futuro fez-se hipótese
Da viagem, miragem
Do começo, memória
Da canção, vontade
Do sonho, o sono
Do sim, o não
Do todo, pedaço
Da força, cansaço
Do medo, abismo
De um, dois
De dois, distância
Do dia, dor
De dúvida, certeza
Do cheiro, falta
Do raso, o fundo
Do travesseiro, o mundo
De vazio o peito
De tanto, ainda
De inteira, fiz-me meia



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