Às vezes me bate uma inércia. Buraco no peito que não se preenche.
Preciso ter fome. Fome de dia, de gente, fome de nomes e lugares.Mas hoje acordei enjoada.
Não quero comer nada
que aqui existe.
O gosto da boca vem do âmago do estômago. Vazio e Cheio.
Estiro meu corpo na cama e tento sentir o sangue pulsando. Cada membro termina em si mesmo. Dedos, unhas, pêlos. Como são estranhas as orelhas.
O homem na janela tem barba e me sorri sem jeito. No quarto tem cacto, toalhas, lençóis embolados. Avião passa. Voa longe, bem alto. Lá no céu.
Para onde será que vai? O tempo é sangue que corre pelas veias, pelas vias da vida.
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