sexta-feira, 12 de abril de 2013

Nós, de vagar

Vago. Do nada para o nada, como fantasmas que dançam -
aparecem. E desmancham-se-
do início ao fim do filme.

Vago, todo entendimento humano
a mosca que pousa na sopa
o retalho de três panos
a barriga que respira
já um sono de criança

Vaga, a sorte que me sopra
devaneios e lembranças
Vaga morte logo brota
e renascem os instantes

Vago as dores
Vagas carnes
Vago os músculos que contraem-em
riso pranto amores um tanto
de odores espantos me fazem sonhar

Vagos lugares
em terra de cruzes
a vista
tão vaga não posso enxergar

Vagos lugares
minas, milhares
a ilha
distante onde quero abarcar

Vago o sangue
vagas hemácias
vagas moléculas
excretas, me vago.
me esvaio
me vou
me vai
me vem,
ainda que vago
um bocado de ninguém.




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