quarta-feira, 11 de abril de 2012
Qualqueres
A merda é ser qualquer. Qualquer palavra, qualquer rima, qualquer letra, qualquer traço, qualquer maço, qualquer trabalho, qualquer beijo ou dia qualquer. Dos diabos que nascem do tédio, o pior de todos é o consentimento. Empreitar-se na rotina, sem vida, sem sede, sem fome, alheio à escolha. Alheio a nós. Porque nem sempre fomos assim e, se alguém nos percebeu quando o éramos, nada nos disseram. E, se os dias se arrastam de repente, qual terá sido a manhã qualquer em que perdeu-se a graça? A força? A raça, Maria? "é preciso... manha/ graça/ sonho, sempre". Por isso, se a palavra não sai ou a foto não vem, se a ideia some e a paixão também, penso que é hoje. É hoje o dia qualquer. Deito, durmo, descanso, sonho para acordar diferente, mais raça, mais graça, mais manha para driblar os 'qualqueres' da vida.
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